terça-feira, 25 de setembro de 2012

Adolescente autista é esquecido em centro de reabilitação em São Paulo

Adolescente autista é esquecido em centro de reabilitação em São Paulo

Família foi avisada que van que faz o transporte dos alunos havia quebrado. Ao buscar o jovem, parentes encontraram escola fechada e sem nenhum vigia

Agência Estado |
Agência Estado
O adolescente M., de 17 anos, portador de autismo, foi encontrando abandonado, no final da tarde desta segunda-feira (24), no interior do Centro de Reabilitação Social Municipal Renato Feliphe Hanai Mendes, localizado na altura do nº 80 da rua João Floriano, no Jardim Vitória, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
Eram 17h quando funcionários do estabelecimento ligaram para os parentes do menor informando que a van que faz o transporte dos alunos havia quebrado e que alguém da família deveria ir até o Centro de Reabilitação para buscá-lo. Quando os parentes do adolescente chegaram, o estabelecimento já estava fechado. Eles voltaram para casa pensando que outro veículo havia levado o rapaz, porém o jovem não voltou para a residência.
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Segundo o guarda municipal 2ª Classe Marcelo Blanco, os parentes foram à delegacia prestar queixa, porém o delegado disse que deveriam esperar mais um pouco para poder registrar boletim de ocorrência de desaparecimento. Já estava escuro quando a Guarda Municipal foi acionada pela família do adolescente.
"Nós fomos até a escola e, como já estava fechada e não havia nenhum vigia, resolvemos pular o muro. Nós iluminamos a janela da secretaria e o rapaz então puxou a cortina e pudemos vê-lo. No momento em que entramos no local ele estava muito agitado e havia espalhado tudo lá dentro", relatou Blanco.
Os parentes disseram aos guardas que o adolescente estava com fome e já havia passado do horário de tomar os medicamentos. Os pais do rapaz, segundo Blanco, são surdos-mudos e a foi irmã mais velha dele, de prenome Ariane, quem registrou queixa após a localização do jovem. A reportagem tentou falar com a diretora do CRS, Selma Basílio, mas ela já não estava mais na delegacia e não foi encontrada.
"Nós conversamos com ela (Selma), que disse que não pôde estar nesta segunda-feira na escola porque teve que resolver alguns assuntos pessoais e foi justamente neste dia que ocorreu o problema", acrescentou o guarda municipal. Segundo os policiais do 1º DP de Taboão da Serra, o caso foi registrado como "periclitação de vida e saúde de outrem".